ALMAS, NÃO CURTIDAS...
Fico pensando…
Quando foi mesmo que deixamos de chorar por uma alma e passamos a vibrar por um like?
Talvez tenha sido quando o louvor virou “playlist” e a oração, legenda.
Ou quando a alma ao lado virou estatística… e a selfie no altar, testemunho.
As igrejas, antes farol, agora disputam qual tem a luz mais colorida.
Os bancos continuam lá, firmes, mas os corações... esses andam pulando de culto em culto atrás de “conforto espiritual”, como quem troca de canal.
Reuniões cheias, corações vazios.
Cultos longos, profundidade rasa.
Tem muito "amém" e pouco "arrependimento".
E pior: tem multidão na porta, mas poucos dispostos a buscar uma única ovelha que se perdeu no mato da vida.
Sabe aquela alma que entrou cabisbaixa e saiu ignorada?
Pois é... o céu chorou por ela.
Mas a igreja? Seguiu o cronograma.
Não atrapalha o louvor, não quebra o protocolo, não atrase a Santa Ceia...
A alma? A gente ora depois — se sobrar tempo, claro.
Tem ministério pra tudo: dança, mídia, eventos, recepção...
Mas cadê o ministério do “vem cá, senta aqui, me conta tua dor”?
Tem congresso de adoração com ingresso caro, buffet e luz de LED.
Mas falta compaixão pra lidar com a irmã que vem com o mesmo vestido há três meses.
Ah, perdão, esqueci... Ela não tem “visão ministerial”.
É só uma alma.
E alma, pelo jeito, perdeu valor.
Não gera engajamento, não dá prestígio, não tem Instagram.
E mesmo assim...
Jesus ainda para por uma.
Por uma alma suja, torta, caída, falida...
uma que a gente, às vezes, nem notaria... mas que Ele chama de filha.
Enquanto o mundo grita, a igreja sussurra.
Enquanto o inferno investe, a igreja debate.
Enquanto vidas se perdem, gente discute se pode ou não usar boné no culto.
Mas calma... Nem tudo tá perdido.
Ainda tem gente com lágrima no joelho e fogo no peito.
Ainda tem crente que troca o palco pela praça e prega com vida.
Ainda tem pastor com cheiro de ovelha, não de palco iluminado.
E tem alma que, mesmo invisível pra muitos, é o tesouro mais precioso pro Céu.
Talvez a gente precise menos de aplausos e mais de abraços.
Menos de eventos... mais de encontros.
Menos de números... mais de nomes.
Porque no fim, quando o Amado voltar, Ele não virá buscar ministérios, nem igrejas registradas, nem likes acumulados...
Ele virá buscar almas.
Uma por uma.
Inclusive aquela que a gente deixou passar...
E, quem sabe, Ele até sorria ao ver que você leu tudo isso até o fim.
Afinal, o céu se alegra por uma alma...
E TALVEZ ESSA ALMA, SEJA VOCÊ.